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AS BRUXAS AO NOSSO REDOR

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Elas, eles, nós. A Cuca do Sítio, Malévola, Claire da série Outlander e a nova integrante do BBB. Nossas mães e avós. No mundo inteiro e sempre. Dos filmes de terror aos desenhos infantis. O que a mídia não nos conta sobre a bruxaria é que seus praticantes são, na verdade, aqueles que amam intuitivamente a natureza, respeitam, manipulam seus elementos e são gratos por tudo que recebem ao aplicar o que conhecem.

Na 18ª edição do reality show Big Brother Brasil, tivemos a surpresa de recebermos uma participante que se apresentou como bruxa. Sim, bruxa. Frente ao reality mais influente da mídia nacional, como o público está recebendo esta declaração? O que é ser uma bruxa em plena era da tecnologia e desmistificação dos termos? É, no mínimo, uma responsabilidade alta. Não sabemos ainda qual a conduta moral e ética de Ana Paula, a bruxa do BBB 18, mas podemos adiantar que, assim como ela, as legiões de bruxos não escondem mais quem são e o que praticam.

Antes de explicarmos o que é bruxaria, é necessário, mesmo que batido, retornar à Idade Média e à Santa Inquisição Católica. Foi em mais este triste período da humanidade que muitas filosofias, religiões e culturas foram fortemente reprimidas, perseguidas, deturpadas e extintas em larga escala no continente europeu. Para mantermos a coerência e transparência, em respeito à egrégora bruxal e cigana, vale ressaltar que as perseguições da inquisição ocorreram em prol de uma unidade política que beneficiasse a Igreja Católica e as monarquias absolutistas. A premissa da Igreja e das coroas era que, ao unificar um continente com apenas uma crença, haveria maior controle econômico e político. Bruxos, ciganos e pagãos –todos os não cristãos – sofreram perseguições e torturas que são amplamente exploradas na literatura e nos filmes de terror das telonas até hoje. E parece que a caça às bruxas não terminou na Inquisição ou nas Reformas Protestantes. É do eurocentrismo e do cristianismo que mais um falso arquétipo se mantém vivo: o de que bruxaria tem o ranço ardiloso de magia negra, que prejudica, destrói, desrespeita e cobiça. Sobretudo as mulheres bruxas.

Quem na infância se lembra das histórias da Cuca do Sítio do Pica-Pau-Amarelo? Com seu caldeirão, poções e feitiços, sempre impedia a Emília de se tornar uma menina de verdade. As mais lembradas vilãs da Disney, que não queriam ver as princesas felizes, eram também bruxas. O famoso Dia das Bruxas é sinônimo de festejos obscuros, que amedrontam e podem trazer má sorte. E são, novamente, mulheres. Mulheres bruxas. Porque bruxaria, indelevelmente, está ligada ao respeito e igualdade de direitos da mulher para com o homem. E vamos explicar mais pra frente o por que. Homens e mulheres podem ser bruxos, mas aqui, escolhemos dar ênfase ao termo feminino, que tanto sofre mistificações ainda hoje.

Em linhas gerais, ser bruxa é amar, respeitar e cuidar da natureza e da liberdade contida em seus ciclos naturais. A Bruxaria não é uma religião, mas uma filosofia de vida em que, ao se conhecer profundamente os quatro elementos, honram-se cada um deles protegendo-os e manipulando-os com extrema responsabilidade. A bruxaria integrar o ser com a terra, a água, o ar e o fogo e, estes, com cada estação do ano. É a linguagem da Grande Mãe do nosso planeta. Ao ouvi-la e aprende-la, como filhos, retornamos ao seu colo e a servimos.

A bruxa que conhece dos segredos e mistérios da natureza pode realizar grandes descobertas e feitos – especialmente para consigo mesma. E quem se cura, cura aos outros. Quem relembra o que é importante, não se cega com as inverdades. É por isso que nós, bruxas, fomos e somos tão perseguidas e condenadas. Não foi e não é válido para aqueles no poder social e político que enriquecem com a destruição dos recursos naturais, que existam pessoas, mas mais ainda, mulheres, a frente de tamanha fonte de sabedoria e força interior.  Nossa história, entretanto, vem passando por novas páginas.

A personagem Claire, da série Outlander do canal Fox, nos traz a plena consciência de que para ser acusada de bruxa, só era necessário ter conhecimento metodológico além do que o de um homem. Mulher médica e portadora de opinião? Na série, em meio a mistérios verdadeiramente cativantes, vemos o quão simples era ser acusada bruxa. Além de discutir a cultura e as ritualísticas célticas, a série trouxe à luz da nossa geração toda a responsabilidade histórica que temos ao, de maneira didática, deslocar uma mulher a frente de seu tempo para uma época anterior, com costumes mais machistas, egoístas e engessados. O que mais cativa é talvez, como boas bruxas, nos reconhecermos em Claire.

A nova Malévola, com Angelina Jolie, nos traz a genial versão da história pelos olhos da então vilã da Disney. Foi a protetora da floresta traída pelo homem. No filme, vemos todo amor da bruxa para com os seres que ela cuida e serve e toda sua fúria ao ser enganada. Trama auspiciosa sobre como as mágoas reverberam em nós. Analogia clara à resposta da natureza para com a exploração do homem. Resultado: uma geração de crianças que agora admira e aprende com esta Malévola.

Por fim, as avós e mães que benzem, fazem comidas que confortam, cantam músicas para alegrar e sem nenhuma necessidade de serem retratadas com chapéus, vassouras voadoras e risadas assustadoras, são bruxas. Nossa ancestralidade é bruxa. Não precisa ser bretã, celta ou nórdica, como temos estereotipado em nós. É também latina, japonesa, polinésia, africana, ídiche, ameríndia, eslava. Toda cultura tem uma filosofia única, fortalecida e engrandecida por mulheres de resistência que cultuam e protegem a natureza. São as bruxas ao nosso redor.
Revisado por Editor do Webartigos

Ao copiar e usar este texto de forma parcial ou integral, mantenha os links e faça referência a fonte web artigos e à autora” AS BRUXAS AO NOSSO REDOR”, em 1º/02/2018 por Talita Fornereto para TSARA RAIO LUZ DO ORIENTE em Web Artigos.
Lei antiplágio n°9.610 (Art.184 -Cp)

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